quinta-feira, 10 de outubro de 2013

GEOPOLÍTICA

O Império Selêucida em sua plenitude estava localizado no território do antigo império dos persas sob a dinastia dos Aquemênidas (excluindo o Egito). Este vasto território compreendia os espaços étnicos anteriormente independentes da Ásia Menor, Palestina, Mesopotâmia, Babilônia, Média, Pérsia e Báctria. Em suas fronteiras teve que lidar com as querelas do Egito ptolomaico, cidades-estado gregas da Europa e da Ásia, a Macedônia antigônida, os indianos, os armênios e por fim a República Romana que pôs fim ao que sobrara do império helenístico fundado por Seleuco I.
O Império Selêucida em sua maior expansão

Síria, o Centro do Império
Diante da vastidão de seus domínios, os reis selêucidas não deram importância igual as suas satrápias (províncias) priorizando as mais ocidentais e quando necessário até abrindo mão das orientais. A mais importante região selêucida foi no norte da Síria, que era parte do império desde 301 a.C. Aqui os reis geralmente permaneciam nos tempos de paz. Eles fundaram várias cidades na Síria, onde os imigrantes gregos foram estabelecidos. O coração do país formava a chamada Tetrapolis, a partir das quatro cidades de Antioquia no Orontes, Seleucia em Pieria, Laodicéia no mar e Apamea no Orontes. A parte sul da Síria, com a atual capital Damasco, pertenceu por um longo tempo aos Ptolomeus (dinastia reinante no Egito) e só em 200 a.C, passou para o reino selêucida. Nesta época a Celesíria Fenícia e Palestina formavam uma unidade política totalmente desmembrada no final do domínio selêucida em 63 a.C.
A Síria Selêucida e suas principais cidades

Mesopotâmia, Fonte de Riquezas
De grande importância econômica para os Selêucidas era a Mesopotâmia, que consiste em duas ricas satrápias (províncias): Mesopotâmia e Babilônia. Antes da conquista da Síria, Seleuco I esteve na região entre 320 e 312 onde lançou as bases do império. A Mesopotâmia foi atravessada por numerosas colônias gregas, das quais Selêucia no Tigre funcionava como a capital do Oriente. Após a derrota na final contra os partos em 129, os Selêucidas perderam a Mesopotâmia o que significou o fim de seu grande poder.
Arquivo: Diadoch.png
Império Selêucida em  303 a.C.: a novel capital Selêucia próxima a antiga Babilônia

Grécia e Ásia Menor, Os Limites do Império no Ocidente
O terceiro foco do poder selêucida estava em Sardes, no oeste da Ásia Menor, que passou para o império em 281 a.C. Os principais diádocos e seus sucessores (os epígonos) pretenderam dominar sobre os gregos europeus e em algum momento as diferentes dinastias o fizeram (os Antipátridas, Lisímaco e os Antigônidas), os Selêucidas não exerceram qualquer dominação na Grécia continental e a oportunidade que tiveram foi rapidamente descartada com o assassinato de Seleuco I em 281 a.C. quando pretendia se apossar do reino de Lisímaco (Trácia-Macedônia-Grécia). Assim sua possessão ocidental foi limitada, geralmente, à vizinha Síria, Cilícia e as zonas do interior em Jônia e da Frígia, regiões onde a presença cultural grega era marcante. No entanto, a dinastia tentou submeter as autônomas regiões costeiras, bem como a Trácia. Mas, após a derrota para a República Romana em 188 a.C., os Selêucidas permaneceram retidos na Cilícia e nos montes Tauros como seu limes ocidental.
O Império Selêucida em 281 a.C.: as regiões da Ásia Menor, Trácia, Macedônia e parte da Grécia aparecem como parte
do domínio selêucida devido a derrota de Lisímaco, mas essas regiões não foram ocupadas efetivamente por Seleuco I.

Oriente, Palco de Alianças e Guerras
No oeste do Irã, os Selêucidas foram capazes de substituir os Aquemênidas, mas que não pelo mesmo período e com a mesma estabilidade. Houve revoltas nacionalistas em Persis (atual Fars no Irã) todas suprimidas, mas de um modo geral os Selêucidas procuram ser aceitos pelas populações orientais mostrando-se como protetores dos cultos persas e babilônicos. Os reis selêucidas regularmente se casavam com dinastias iranianas de modo a preservar a sua legitimidade ante os povos conquistados. Sendo macedônios, os Selêucidas eram vistos como estrangeiros e por tanto com certa oposição, mas souberam aproveitar o exemplo de Alexandre Magno e honrar e se aliançar com os líderes locais proeminentes. A cultura helênica teve certa penetração nos ambientes urbanos iranianos até mesmo no período dos Arsácidas. Mas isso não impediu o surgimento dos reinos independentes na Báctria e na Pártia, a partir do qual os partas por fim lograram êxito em substituir os Selêucidas no planalto iraniano e na Mesopotâmia.
Arquivo: Mervturkmenistan.jpg
Merv, localidade do Turcomenistão, onde outrora havia a cidade
selêucida de Antioquia de Margiana 
FONTES:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Sel%C3%AAucida http://de.wikipedia.org/wiki/Seleukidenreich
http://www.antikforever.com/Syrie-Palestine/main_palest.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Seleucid_Empire
http://www.alternatehistory.com/discussion/showthread.php?t=219427 http://www.iranicaonline.org/articles/iran-ii1-pre-islamic-times http://en.wikipedia.org/wiki/Antiochia_Margiana
http://www.iranchamber.com/history/seleucids/seleucids.php

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